domingo, 18 de janeiro de 2009

A festa

A catastrófica festa do epílogo da fábula humana.
Berros, gritos, vozes ao vento; consciência inconsciente do caos iminente. Posfácio de uma história fatídica.
No meu quarto há um espelho que recepta traduz e reflecte.
Reflecte para mim tudo aquilo que eu não queria
Ou que preferia não ver, divagando, assim, numa deliciosa criatividade
que desenhou um mundo belo
Antónimo perfeito dessa planta disforme.
O tecto goteja. As paredes estão rachadas. Os alicerces ruem e elas dançam e eles desejam...
E nesse onírico mundo, atmosfera de faz de conta incompreendida,
ignoram o ruir e aceleram processo.
(Decadência moral.
Relâmpago de impudicícia.)
O arquitecto não esperava, o engenheiro pasmou-se mas a festa continua com risos de estridente alegria.
Ride pequeno adulto. Ride também vós, criança velha.
Ah! Há mais vida na vossa risada do que em toda a minha... filosofia.
Por isso ride que o epílogo, esse, é imutável.
A casa cairá comigo e convosco.
Vós vivestes.
Eu filosofei.

2 comentários:

Anônimo disse...

Leio-te mesmo que não comento, leio-te bastante.
Sonhei contigo esta noite...e fazes realmente muita falta... Tornastet uma das mais importantes características disto, e sinto-me triste por só por ter percebido melhor isso quando te aconteceu esse azar, ou sorte...quiçá! Beijão

Anônimo disse...

....pois é....ao longe vemos sempre melhor, a nós e aos outros e a isso chamo eu "crescer" e "ser-se" maior.... O que a Raquel quer dizer é que nos damos conta de "passarmos pelas coisas gastos" mas que a lucidez se não nos abandonar, não nos deixará cometer os mesmos erros.
A um e a outro, agradeço a forma de serem...lúcidos e com muita Técnica( vulgo Talento ).
Amanhã voltaremos a estar todos juntos!