sábado, 25 de agosto de 2007

Noite - Harold Pinter

...
Homem - E depois deixámos a ponte e caminhámos ao longo do canal e chegámos a um depósito de lixo.
Mulher - E tu possuíste-me e disseste-me que te apaixonaras por mim, e disseste que cuidarias de mim para sempre e disseste-me que a minha voz e os meus olhos, as minhas coxas, os meus seios, eram incomparáveis e que me adorarias para sempre.
Homem - Sim, foi o que eu fiz.
Mulher - E tu adoras-me para sempre.
Homem - Sim, é o que eu faço.
Mulher - E depois tivemos filhos, sentámo-nos e conversámos e tu recordaste-te de mulheres nas pontes, nos caminhos junto aos canais e nos depósitos de lixo.
Homem - E tu recordaste-te das tuas nádegas encostadas à vedação, de homens a segurarem-te nas mãos e de homens olhando-te nos olhos.
Mulher - E falando-me suavemente.
Homem - E da tua voz suave. Falando com eles suavemente à noite.
Mulher - E eles diziam adorar-te-ei para sempre.
Homem - Dizendo adorar-te-ei para sempre.

5 comentários:

Anônimo disse...

Nem sei o que dizer...

Anônimo disse...

es uma coiza pa...eu não posso falar de um texto que o menino nao vá ler é la uma coisa hammmmm!! isso é so porque eu tenho bom gosto né!!!

Sofia disse...

Humm, Harold Pinter, Harold Pinter... Gosto deste jovem, gosto, gosto..!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Engraçado, engraçado... Hoje estive 2 horas a ver o ensaio desse mesmo texto.