domingo, 8 de março de 2009

Lágrimas

Daqui a pouco. Agora não.
Ainda não, na próxima linha.
Verteu.
Percorreu casmurra e também
um pouco desconfiada, mas obediente.
Obediente a lei que nos rege na terra,
aquela gravidade
que de grave só conheço
pela razão que a minha lágrima corre.
Ou anda. Talvez gatinha por ser tão novinha...
Ela agora prepara-se para saltar -
o que faz concluir que ela nasceu,
teve naturalmente crises de adolescência,
tornou-se uma adulta bastante salgada, quiçá
angustiada na sua velhice e agora
confabula o seu suicídio debaixo
daquilo que seria as minhas barbas -
Saltou.
Oh hora malograda.
O seu suicídio provocou o nascimento de outra pequena lágrima.
E o ciclo, então, renova-se...

6 comentários:

Marta Queiroz disse...

Perfeito. Como tu consegues pegar numa simples lágrima e transformá-la num coisa tão bela. Um Ciclo tão inofensivo... Adorei estas palavras. Adoro estas melodias de palavras. Sabes que sim.

Anônimo disse...

Hoje vi-te nos armazens do chiado. Não sabia que também ias lá almoçar ;)

Sara Caeiro disse...

Com já disseram, perfeito.

Anônimo disse...

hummm..muito bom, tambem tenho lagrimas, mais simples menos complexas, de saudades. beijos da mana.

Anônimo disse...

Posso dizer perfeito outra vez ou parece muito repetitivo? =S

Anônimo disse...

Porque estavas muito longe e eu não ia gritar! Mas está bem, para a próxima grito! ;)